Nostalgia pós-leitura. Você sofre dessa mal?

Nostalgia pós-leitura

Você sofre dessa mal?

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Se você é um leitor que chamo de profissional, ou seja, está sempre lendo, se interessa por autores e gêneros literários, então vai entender a “nostalgia pós-leitura”. Mas se você também é um leitor eventual, mas que encontra bem-estar em suas leituras, creio que também vai saber do que estou falando. 

Quando se lê uma boa história os personagens se tornam pessoas conhecidas com as quais antipatizamos, amamos, as vezes odiamos, as vezes nos apaixonamos e torcemos contra ou a favor.

O jeito do autor contar a história também ajuda muito nesse envolvimento. É gostoso desfrutar daquele estilo, daquela forma de descrever ambientes, pessoas e situações.

Aí seguimos nessa toada até que nos damos conta de que passamos da metade do livro. Eu me flagro vendo o número total de páginas e calculando o quanto ainda me resta.

Como uma fatia gostosa de bolo, avalio e lamento: daqui a pouco vai acabar. No caso de um doce, dá para pedir outro pedaço e tudo bem. O livro, não. Acabou, acabou. E reler, ah, não é a mesma coisa, eu pelo menos, raramente releio mesmo os livros que gosto muito. Afinal, são tantos os livros no mundo, vou repetir emoção?

Muito bem. Página após página, chegamos quase ao final, magras páginas para terminar. Aí começa o sentimento de saudade e nostalgia.

É mais ou menos assim: Estávamos em uma cidade, ou um lugar qualquer, convivendo com aquelas pessoas, vendo os caminhos daquela narrativa, envolvidos naquelas vidas e, de repente, temos que nos despedir.

Não vou aqui entrar no mérito se termina bem, mal ou mais ou menos. O fato é que aquilo chega ao fim. Sinto como se dissesse adeus a alguém querido, uma dor no fundo do peito, um lamento de “por que acabou?”.

Em geral tenho outros livros me esperando, mas isso não consola. Acontece mesmo de abrir o próximo livro e sentir uma certa antipatia, porque ainda estou seriamente envolvida com o livro anterior. Aí, aos poucos, se a história é boa e bem escrita, vem o envolvimento, um novo caso de amor.

O antigo fica para trás e mergulho na nossa história.

Ali, pelo meio, começa tudo de novo. Vejo o número de páginas, comemoro que ainda restam umas cem páginas e fico bem. Será que sou muito exagerada ou acontece mais ou menos com todo leitor?

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