Procurando uma boa série na Netflix? Ripley – Suspense delicioso ambientado na Itália dos anos 60

Procurando uma boa série na Netflix?

Ripley – Suspense delicioso ambientado na Itália dos anos 60

Esta é uma daquelas séries de que você já começa a ter saudades quando se anuncia: mais dois episódios para terminar (são oito no total, curtinha).

Na minha opinião, uma série imperdível para quem gosta de um bom filme policial, noir, envolvente, com pontos de virada impactantes e outros elementos que compõem uma excelente narrativa de suspense.

Baseada no romance O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith, a série é ambientada na Itália dos anos 1960. Tem uma fotografia inspiradíssima, em preto e branco, o que ajuda a contar visualmente a história, com aquele charme da época e das belezas de Atrani, a segunda menor cidade da Itália e cheia de escadas – ao final das quais se contempla uma vista espetacular e um mar de paraíso.

A trilha sonora, com canções icônicas como “Quando, Quando, Quando” e “Il cielo in una stanza“, esta última interpretada por Mina (a Elis Regina da Itália), compõe a atmosfera de um tempo que girava mais devagar, um tempo analógico de cartas e elevadores antigos (que ainda se encontra muito em Roma hoje em dia).

A narrativa linear e sem pressa parece acompanhar esse ritmo, em que crimes demoravam a ser elucidados por falta da tecnologia que dispomos hoje. Assistindo à série, constatamos o quanto avançamos em relativamente pouco tempo.

A crítica italiana descreveu esta série como anômala, já que destoa do marasmo que tomou conta da Netflix com seus thrillers sempre muito parecidos entre si. De fato, é muito diferente das séries atuais do gênero, preocupadas em manter um agoniado ritmo de ação, com muitas pistas falsas e uma infinidade de personagens que te faz perder o fio da meada em uma narrativa, por vezes, confusa.

Ripley, ao contrário, entrega uma narrativa linear, num ritmo lento, mas que nem por isso deixa de entreter do começo ao fim. Nada da trama escapa ao telespectador, que se vê envolvido em uma atmosfera que o transporta ao passado e o envolve em um drama policial que se apresenta sem dubiedades.

O diretor parece ser um fã das artes visuais porque inclui muitos enquadramentos de estátuas, além de trabalhar sombra e luz visando um efeito dramático e intrigante à narrativa. Sem falar no trato de Caravaggio em associação com o protagonista (isso deve estar na obra original, mas é aproveitado com maestria).

Tom Ripley e todos os elementos de um psicopata

A trama gira em torno de um estelionatário, Tom Ripley (Andrew Scott), que sai de Nova York, sua cidade natal, com a missão de convencer o playboy Dickie Greenleaf (Johnny Flynn), em férias eternas na Itália, a voltar para casa. Quem o encarrega da missão é um pai preocupado, que descreve o filho como um bon vivant que não tem potencial para fazer nada de útil na vida.

Tom Ripley é um cara invejoso (fica louco com a dolce vita que vive o suposto amigo), ambicioso, sem escrúpulos e não demora a querer se aproveitar do alvo de sua missão. Usar a boa fé das pessoas foi o que ele fez a vida inteira. Até essa oportunidade de ouro lhe cair nas mãos, ele vivia numa m..total, em Nova York, morando num quarto sem água corrente e dando golpes para viver.

Assim, temos como protagonista um autêntico psicopata, egoísta patológico, e com a inteligência sem emoções que fazem os portadores desse transtorno saírem na frente – porque são feitos de uma frieza para alcançarem objetivos que as pessoas ditas normais não têm.

Sem dar spoiler, Tom Ripley apronta feio e vai se safando com impunidade, destreza e competência – se é que podemos chamar assim – até um desfecho que só vai se apresentar nos últimos segundos do último capítulo da série. Recomendada aos fãs de Hitchcock, Ripley acrescenta ao gênero um pacote de arte e beleza visual que encanta e inspira. Se jogue!

Foto: Google imagens/Netflix

Trailer dublado:

https://www.youtube.com/watch?v=4PrLuTxp6z8

 

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